domingo, 12 de setembro de 2010

Caminhões atravancam as avenidas

GABINETE DO VEREADOR FLORIANO PESARO
DATA: 08/09/2010 - DISCURSO

Caminhões atravancam as avenidas

Sr. Presidente, muito obrigado. Nobres Vereadores, amigos e telespectadores da TV Câmara São Paulo. Os caminhões saem da Marginal Pinheiros e das principais artérias da cidade e passavam a atravancar avenidas não menos importantes dos bairros da capital. É disso que trata o editorial do Estadão de hoje; é disso que quero falar hoje.
Proibidos desde o último dia 2 de circular entre 5 e 21h pela Marginal do Pinheiros e pelas avenidas dos Bandeirantes, Jornalista Roberto Marinho e Afonso Taunay, os motoristas de caminhões passaram a usar rotas alternativas como as avenidas Giovanni Gronchi e Doutor Guilherme Dumont Villares.
As duas não têm condições de receber tráfego pesado. Há muito tempo são insuficientes para suportar o volume normal de automóveis e ônibus. Nos muitos aclives, as carretas circulam em baixa velocidade, piorando os congestionamentos. Nos declives, os pesados veículos ganham velocidade acima da permitida, ameaçando veículos e pedestres.
Em abril, quando o Trecho Sul do Rodoanel foi inaugurado, o prefeito Kassab avisou que as restrições ao tráfego pesado aumentariam. O anel rodoviário deveria atender todos os caminhoneiros que atravessavam a cidade rumando para o Porto de Santos ou outros destinos.
Dois meses depois, Kassab cumpriu a promessa de ampliar o plano de organização da circulação de caminhões, iniciado em 2008, quando os veículos pesados foram proibidos de rodar pelo centro expandido da capital entre 5 e 21h.
Para atender às necessidades de abastecimento da cidade, os Veículos Urbanos de Carga (os VUCs) foram liberados para circular, obedecendo apenas ao rodízio de placas.
Ao proibir o tráfego de veículos pesados na Marginal Pinheiros e nas avenidas Bandeirantes, Roberto Marinho e Afonso Taunay, era intenção da Prefeitura obrigar os caminhoneiros, de passagem por SP, a usarem o semicírculo formado pelos dois trechos concluídos do Rodoanel, no oeste e sul da metrópole, e a recém-inaugurada avenida Jacu-Pêssego, no leste, deixando as ruas da capital apenas para o tráfego leve.
Aos infratores, ficou estabelecida multa de R$ 85 e punição com 4 pontos na carteira.
No 1º dia da restrição, mais 12 mil caminhões circularam no Trecho Oeste do Rodoanel, um aumento de 5% no volume de tráfego diário. Pouco, se comparado aos 200 mil caminhões que diariamente circulam por SP.
Para fugir das multas e sem disposição de enfrentar o percurso pelo Rodoanel e seus pedágios, os caminhoneiros partiram em busca de rotas alternativas tirando o sossego de uma das regiões mais valorizadas da capital. Na véspera do feriado prolongado da Independência, passaram 320 caminhões pela avenida Giovanni Gronchi, a principal artéria do Morumbi e a escolhida pelos caminhoneiros como via de acesso para os municípios do ABC e do litoral paulista.
Esse jogo entre o setor de transporte de cargas e a Prefeitura, em prática há mais de duas décadas, precisa ter fim. É preciso blindar totalmente as vias que, seja por causa da sobrecarga do tráfego ou do zoneamento, não podem receber carretas e caminhões. Essa blindagem só pode ser imposta por normas rigorosas e por fiscalização permanente.
Sem isso, além de os altos investimentos em obras viárias não trazerem o resultado esperado, os prejuízos causados pela circulação de caminhões na cidade se ampliarão.
Antes da proibição dos caminhões na Marginal Pinheiros, o Município gastava cerca de R$ 1 milhão por mês em obras de recapeamento daquela via e da Marginal Tietê. Os custos com acidentes envolvendo caminhões, com os congestionamentos provocados pelas panes na frota pesada e com a poluição ambiental, são incalculáveis.
Simulações realizadas por entidades especializadas em transporte de carga apontam para uma economia em dinheiro de R$ 172 e de tempo de 4 horas para cada viagem de caminhão que não passe pelas vias da capital. Os benefícios se estendem ainda pelo ganho de produtividade, redução do estresse dos motoristas e riscos de acidentes.
Portanto, a compensação pelo gasto com o pedágio e pelo percurso no Rodoanel já é mais do que justa para quem tem de entender que a cidade tem limites.

Muito obrigado.

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